terça-feira, 18 de maio de 2010

Histórico - Como apareceu o tabaco ???

O tabaco é uma planta do género nicotiana cujo nome científico é Nicotiana tabacum, da qual existem mais de 50 espécies diferentes, de onde é extraída uma substância chamada nicotina.

O tabaco é originário da América e conhecido há cerca de 8 mil anos por praticamente todas as culturas que habitavam o continente antes dos Grandes Descobrimentos. "Bebido, comido ou fumado, esta planta intervinha em cerimónias religiosas, rituais de passagem da adolescência para a idade adulta, com objectivo de purificar, contemplar, proteger e fortalecer os guerreiros, além de se acreditar que a mesma tinha o poder de predizer o futuro. Quando faltava tabaco, os indígenas diziam que a tribo estava pobre.
A partir do século XVI, o seu uso foi introduzido na Europa por Jean Nicot, diplomata francês, que veio a dar nome à planta. O seu consumo estendeu-se rapidamente devido ao grande valor terapêutico que lhe era atribuído No início, através do cachimbo, a difusão foi tal que a Coroa de Espanha monopolizou o seu comércio.
Surge então a moda de aspirar rapé (fumo raspado, em pó), ao qual foram atribuídas qualidades medicinais. Era muito utilizado para aliviar enxaquecas!!! Era visto de maneira contraditória: às vezes era considerado um hábito elegante; outras vezes como um vício repugnante. A obra “Os Maias”, de Eça de Queirós, faz referência ao seu uso. O rapé era vendido em caixinhas de prata, madeira, cartão decorado, etc. Algumas eram verdadeiras jóias. Podia ser comprado já ralado (pronto para consumo) ou ainda em pedaços de fumo inteiro. Nesse caso, com um minúsculo ralador ralava-se o fumo na hora para se obter um cheiro de qualidade superior (da mesma forma como, para se obter um bom café, o grão é moído na hora).
Ao longo do século XVIII o tabaco tornou-se uma planta de consumo profano, destinado ao prazer e a diversão. O Papa Urbano VIII excomungava quem se permitisse praticar acto tão repugnante junto dos arredores das dioceses.
O tabaco tornou-se um hábito definitivo da cultura ocidental durante o século XIX. Iniciou-se o uso do charuto, muito utilizado para o exibicionismo. Embora já se ouvissem rumores sobre os malefícios causados pelo cigarro, a Ciência pouco se interessou pelo tabagismo antes da primeira metade do século XX. Para se ter uma ideia, os primeiros estudos acerca do tabagismo só apareceram a partir de 1950.
Por volta de 1840 a 1850, surgiram as primeiras descrições de homens e mulheres fumando cigarros, porém somente após a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) o seu consumo se popularizou.
Durante a Segunda Guerra Mundial os maços de tabaco faziam parte da ração dos soldados. Quem não fumava, passou a fazê-lo.
Em franca expansão, o cigarro conquista novos adeptos em todas as áreas. Hollywood rendeu-se ao charme do hábito. E o hábito transformou-se em charme.
A juventude transviada dos anos 50 adoptou o cigarro como símbolo de rebeldia, mesmo que sem causa. Os poetas e escritores do Pós-guerra, apaixonados pela aventura nas estradas da América, tinham no cigarro um símbolo de liberdade. Seus herdeiros mais radicais, os hippies, mantiveram esse costume.
No início dos anos 70 escrevem-se os primeiros relatórios médico–científicos relacionando algumas doenças com os danos causados pelo cigarro. Estes relatórios não foram muito convincentes pois iam contra o ambiente liberal vivido. O hábito de fumar era pouco criticado e amplamente aceite. Fumar em locais fechados como autocarros, cinemas e lojas era absolutamente normal. Não se questionavam as incompatibilidades entre o hábito de fumar, os estilos de vida, nem mesmo com a prática desportiva.
Os anos 80 foram marcados pelo combate ao fumo e sua comercialização. A indústria do cigarro foi intensamente investigada nesse período. Dão-se os primeiros processos judiciais contra as tabaqueiras. Não havia mais dúvidas acerca dos malefícios causados pelo tabaco. Nesta década surgem políticas públicas voltadas para a prevenção e combate ao fumo.
Nunca o consumo do tabaco havia sido alvo de controlo. O seu uso foi proibido em locais fechados, transportes públicos, lojas e congéneres. Muitos países proibiram propagandas que incentivam a venda de cigarros

Nos anos 90 dá-se a internacionalização das lutas de combate ao fumo e o aparecimento de tratamentos contra os malefícios do tabagismo.
Hoje, existem inúmeros trabalhos que comprovam os malefícios do tabagismo à saúde do fumante e do não fumante exposto à fumaça do cigarro.
Apesar de tudo o que agora sabemos, o tabaco é cultivado em todas as partes do mundo, é responsável por uma actividade económica que envolve milhões de dólares e é uma das drogas mais consumidas no mundo.


Sem comentários:

Enviar um comentário